segunda-feira, 2 de junho de 2008

Autor: MarilitaPozzolli

Adespois de tanto amô


De tanto beijo gostoso


De tanto chêro cheroso,


Nóis briguêmo.


Foi uma briga fatá.


Ela me disse: Acabou-se.


Eu disse: isso mêmo:Acabou-se...tudo.


E nóis dois fiquêmo mudo


Sem vontade de falá.


Cada um fez sua trôxa


E na hora da partida,


Nem se oiêmo.Xinguêmo.


Sim...nôs xinguêmo


Cumo se póde xingá:


---Eu te odeio


---Eu te desprezo


---Bába de cururu.


---Mandinga de sapo seco.


Ocê vai prô Norte?


Eu vô pro sul.


Nunca mais quero te vê...


Nem noticia quero tê.


Eu juro pro Deus do céu...


Nunca mais quero te vê


Nem pintada de caivão


Lá no muro do quintá...


E se eu contigo asonhá


Acordo e faço três crui...Crui...crui...crui.


O Brasí é muito grande


Dá bem pra nôs separá


Ela engoliu um saluço


Eu engoli bem uns quatro...


E larguei o pé no mato


Passou-se tanto tempo


Que nem é bão recordá.


Onti nóis dois se encontrêmo.


Ninguém tento desfarça.


Eu parti pra riba dela


Com um fogo ascêso no oiá


Ela me deu um arrôxo


Que se eu sô um cabra frôxo


Tava aqui em dois pedaço.


E foi tanto bejo gostoso


Foi tanto chêro cheroso.


Entonce nóis se alembrêmo


---O BRASÍ é tão pequeno,


Não dá pra nôs separá.

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